O volume de negócios associado a comércio electrónico, em Portugal, registou um crescimento de 11,6% para mais de 2.600 milhões de euros, este ano. Os número são do Statista, portal online alemão especializado em dados estatístico e que aponta para cerca de sete milhões de portugueses a fazer compras em plataformas de ecommerce – perto de mais 4% do que em 2018.

O mesmo portal, citado pela consultora Minsait, prevê um volume de negócios superior a 3.670 milhões de euros, em Portugal, em 2023. «O contexto tecnológico prevê para todos os actores envolvidos no comércio digital um cenário muito estimulante, transformando os negócios com novas oportunidades para os vendedores e proporcionando ferramentas e experiências mais inovadoras para os clientes», sublinha Jorge Gonçalves, director da unidade de Indústria na Minsait em Portugal.

Jorge Gonçalves refere ainda como as compras online estão cada vez mais direccionadas para experiências simplificadas, fluídas e homogéneas, que não são condicionadas pelo canal utilizado. Além disso, continua, «estão a desaparecer paulatinamente as barreiras entre o on e o off nos espaços físicos». Identificação biométrica, rastreabilidade dos utilizadores e reconhecimento visual dos objectos são algumas das ferramentas a ganhar terreno.

«Um dia, já não será necessário juntar o adjectivo “electrónica” ao substantivo “compra”, simplesmente porque é redundante», conclui o responsável da Minsait.

Perante a constatação de que estas mudanças já estão em curso, a consultora reuniu cinco tendências para o futuro do ecommerce:

1 – Métodos de pagameno mais simples. Simplicidade e até invisibilidade são palavras de ordem para o futuro dos métodos de pagamento online, facilitando os processos de checkout. A ideia é que um cliente possa, por exemplo, gerir o pagamento de uma compra realizada numa loja física já depois de ter deixado o local, recorrendo a uma aplicação móvel.

Segundo a Minsait, este novo cenário leva ao aparecimento de novas ferramentas, plataformas e fornecedores, impulsionados pelas fintechs. Estas tecnológicas financeiras têm provado ser mais ágeis do que os bancos tradicionais, desenvolvendo soluções assentes em blockchain, criptomoedas ou inteligência artificial, entre outros.

2 – Automatização. A automatização também terá um papel importante: partindo de dados obtidos em diferentes momentos de interacção com o consumidor, oferece maior eficiência nos procesos. Permite, por exemplo, categorizar os clientes em função do valor das suas compras ou canal de aquisição, além de reportar os pedidos com maior procura, gerir produtos e inventários e, ainda, reclamações.

«A automatização inteligente irá ter um impacto decisivo na experiência do utilizador, graças aos agentes interactivos e aos algoritmos complexos de auto-aprendizagem associados à tomada de decisões fundamentadas, com a mínima intervenção humana», indica Jorge Gonçalves;

3 – Inteligência Artificial ao serviço da personalização. Segundo a Minsait, o comércio cognitivo permitirá mudar por completo a experiência de compra e criar uma individualização orientada à oferta de conteúdos adaptados ao perfil de cada cliente. Antes, durante e depois do contacto com a marca.

Os bots avançados, por exemplo, deverão ser capazes de seguir pedidos, ao passo que a pesquisa visual permitirá aos clientes encontrar produtos com base em imagens. São exemplos também a fusão dos algoritmos de recomendação, dispositivos de voz para o lar e linguagem natural;

4 – Autogestão. A autogestão é a quarta tendência apontada, sobretudo graças a tecnologias que facilitam a integração entre canais, serviços e reconhecimento do cliente. Tudo para que o consumidor possa interagir com a marca, independentemente do momento e ponto de contacto. O objectivo é consolidar e ligar os registos dispersos que possam existir sobre a mesma pessoa, com origem em diferentes sistemas, criando identidades únicas e experiências unificadas;

5 – Profissionalização do B2B. Por fim, a Minsait apresenta como tendência para o futuro do comércio electrónico a profissionalização dos negócios entre empresas, nomeadamente através da cloud. Plataformas de nuvem deverão facilitar a automatização de tarefas de gestão e consolidação de dados, ainda realizadas manualmente.

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