Um estudo realizado recentemente e cujo objetivo passava por descobrir qual será o futuro do entretenimento, explorando as mudanças fundamentais que estão a transformar a forma como as pessoas pensam e vivem o entretenimento, concluiu que 83% das pessoas considera o entretenimento como uma necessidade vital, tornando-se tão importante como a saúde.
 
De acordo com o estudo, desenvolvido pela Havas Group em colaboração com o Cannes Lions, o entretenimento deixou de ser periférico, passando a ser considerado como o centro da existência humana. As pessoas mostram ter uma necessidade inesgotável para mais entretenimento, quer seja no local de trabalho, na escola, hospitais ou lares de idosos.
 
Entre outras conclusões, o estudo destaca que mais de metade (60%) dos inquiridos não consegue ficar sem conteúdos e que 56% dos mesmos abdicaria de uma noite de sono para poder ver uma série. O estudo revela ainda que o entretenimento deveria estar presente em todas as facetas da vida das pessoas, nomeadamente na educação (62%), no trabalho (60%), nos momentos em família (55%) e na realização de tarefas domésticas (52%).
 
Na atual cultura do entretenimento, a geração Z é a que revela mais pressão para ter “sucesso”, com 55% dos pesquisados a afirmarem que se sentem sempre na necessidade de entreter os amigos, a família ou os colegas de trabalho e 43% a revelar a pressão de exibir um estilo de vida de entretenimento nas redes sociais.
 
O estudo mostra ainda que o valor real do entretenimento reside na sua capacidade de enriquecer e transformar. Por mais que anseiem por distrações e fugas temporárias, as pessoas são mais atraídas pelo conteúdo de entretenimento que educa, capacita e lhes dá ferramentas para criar melhores versões de si mesmas.
 
Neste sentido, o entretenimento é considerado como uma filosofia pop, em que as pessoas absorvem e valorizam valores que são transmitidos, apontando o respeito (78%) como o mais importante. Num mundo atualmente dividido e com enormes diferenças sociais, o entretenimento é apontado por uma percentagem elevada (88%) como uma forma de reunir valores e pessoas de diferentes culturas.
 
O estudo baseia-se nas atitudes e comportamentos de 17411 pessoas com mais de 13 anos e provenientes de 37 países distintos – com foco nos “prosumers”, influenciadores e drivers de tendências que a Havas acompanha há mais de 15 anos.
 
Nesse sentido, seis em cada dez “prosumers” referem que o sistema educacional e o ambiente de trabalho deveriam ter mais elementos de entretenimento, sendo que mais de um terço afirmou o mesmo relativamente a hospitais e casas de repouso. Por outro lado, estes indivíduos referem também preferência por conteúdos relacionados com empoderamento e que proporcionam ferramentas para o desenvolvimento pessoal.
 
Por isso mesmo, estes “prosumers” referem, por exemplo, criadores de conteúdo que valorizam conexões menos superficiais nas suas obras: 63% disseram que é importante que os músicos tratem de questões sociais nos seus trabalhos e 81% referiu as figuras públicas, músicos e outros artistas como fundamentais para promover a cultura nacional.