De entre os países europeus, Portugal destaca-se por ser uma das nações mais neutras em questões de discordância política e acolhimento a estrangeiros. Além disto, também possui a menor taxa de crimes da UE, fator que atraiu, principalmente, imigrantes brasileiros, uma vez que o Brasil, por outro lado, possui uma das maiores taxas de homicídio do mundo.
Isento de divergências sociais fruto do populismo, nacionalismo e sentimentos anti-imigração, Portugal, aos poucos, construiu uma estabilidade política e uma paz social, mostrando-se em grande vantagem, comparado por exemplo à situação de incerteza e tensão comercial entre os Estados Unidos e a China ou à instável posição na qual se encontra o Reino Unido devido ao Brexit.
A instabilidade das grandes potências mundiais torna-se uma oportunidade para que Portugal dê um passo em frente e abra as suas portas para os estrangeiros se mudarem para lá, criando programas como o Simplex+2018 e o Cartão de Cidadão, que agilizam a fase burocrática do processo de mudança. Desta forma, é possível aumentar a PEA portuguesa, a qual Portugal tanto tem precisado, tendo em conta a grande onda de jovens portugueses que se mudaram para o exterior para trabalhar, nos últimos anos.
Com a entrada de milhares de imigrantes no país, o mercado tem crescido cada vez mais, o que, por sua vez, também atrai diversos investidores. Interessados na estabilidade político-económica, os investidores estrangeiros estão também a ser fortemente atraídos pelo ambiente empresarial do mercado português que tem vindo a melhorar graças à onda imigratória que trouxe uma mão de obra especializada e uma procura cada vez maior por produtos e imóveis.
Após a crise de 2008, seguida por anos de declínio ou estagnação económica, Portugal finalmente se está a corrigir e tem voltado a crescer economicamente. O mercado imobiliário, por exemplo, é um dos que mais está a aquecer, com um aumento  de 5.39% nos valores dos imóveis no ano de 2018 e uma previsão de aumentos anuais entre 7% e 8% até 2020.
Tal melhoria no mercado até fez surgir alegações de que o país se encontra numa “Bolha Imobiliária”, mas tais afirmações foram já descartadas, explicando que o aumento dos preços dos imóveis é uma consequência natural do mercado que se está a corrigir com a ajuda de empréstimos bancários e pequenos investimentos ao longo dos últimos anos.
Todavia, o que por um lado é bom para o mercado, nem sempre é bom para o consumidor, visto que a regra, inversamente proporcional, de “procura-oferta” implica que uma grande procura, mas nem tão grande disponibilidade de imóveis aumente o seu preço e vice e versa.
Por isso, para os imigrantes que já estão a preparar as malas para fazerem as suas novas vidas em Portugal, é importante ter em mente que o mercado imobiliário está a aquecer (e muito!); então a compra ou arrendamento de uma casa deve ser uma decisão calculada, equilibrando os custos e os benefícios entre a cidade para a qual se deseja mudar e as prioridades do estilo de vida.