São três as principais tendências no mundo do retalho. De acordo com as conclusões apresentadas pela GfK na sua 23.ª conferência, produtos smart, premium e de performance elevada fazem parte do futuro do sector, fruto de um conjunto de mudanças no comportamento do consumidor: os portugueses estão dispostos a gastar mais para ter menos mas melhor.
 

Na Electrónica de Consumo, por exemplo, Portugal contraria a tendência negativa de 6% registada na Europa Ocidental, ao crescer 3% em 2018 face a 2017. Os produtos ligados à imagem estiveram em especial destaque, com a venda de televisões a saltar 8% em valor e 9% em unidades – a GfK justifica o aumento com a realização do Mundial de Futebol. A consultora revela ainda que o Ultra HD está a funcionar como um dos grandes drivers do mercado de TV, tendo crescido 37% em valor em relação ao ano anterior e representando 61% do valor gasto neste segmento.
 

A GfK aponta para os painéis de grande formato, novas tecnologias de ecrã e conectividade como algumas das características mais procuradas, a par dos assistentes de voz – ainda que estes últimos estejam numa fase inicial devido à barreira linguística.
 

Passando para as Telecomunicações, a GfK revela que o sector cresceu 12% no mercado português, contrariando também a tendência mundial. Apesar de o número de telemóveis vendidos ter caído, verificou-se um aumento na venda de phablets e smartphones topo de gama, o que elevou o preço médio em mais de 11%. Ecrãs de grandes dimensões e câmaras de alta qualidade são as características mais procuradas.
 

A categoria de Informática, por seu turno, saltou 4%, em linha com o resto do mundo. Os computadores com processadores de alta performance, a par dos equipamentos portáteis com design ultra fino, são os que apresentam o preço médio mais alto e as melhores taxas de crescimento do mercado.
 

Por fim, no que respeita os pequenos e grandes electrodomésticos, verificam-se aumentos de 8 e 3% em valor, respectivamente. Os aspiradores constituem o produto que mais cresce, seguido das máquinas de café. Neste campo, as principais tendências são conectividade, bem-estar, premium e shopping sem fronteiras (24 horas por dia, sete dias por semana e em todo o lado).
 

A GfK revela ainda que as vendas online de bens tecnológicos de consumo ultrapassaram, pela primeira vez, um quarto do total do mercado (26,4%), em facturação, nos países da Europa Ocidental. Este é mesmo o principal motivo para o crescimento de 8,5% destes produtos, contra a variação negativa de 1,2% nas vendas offline.
 

Portugal, por seu turno, continuar a ter o registo mais baixo das vendas online na Europa Ocidental, ainda que a evolução ao longo dos anos tenha sido expressiva. No ano passado, o peso das vendas online dos bens tecnológicos de consumo subiu de 5,2 para 7,1%.
 

Fonte