58% dos consumidores acredita que o impacto da utilização de tecnologia e inteligência artificial no ensino é positivo
A Escolha do Consumidor acaba de lançar um estudo no qual analisa as tendências de consumo no Regresso às Aulas, bem como as perceções e expectativas dos encarregados de educação sobre o futuro do ensino em Portugal. Segundo as conclusões, é possível verificar uma clara preferência dos portugueses pelo ensino presencial e pela escola pública, mas também uma preocupação gradual com a motivação dos alunos e os desafios enfrentados pelos professores.
O estudo revela que os consumidores mantêm uma visão maioritariamente positiva no que diz respeito às expectativas para o futuro do setor educativo. Do total de inquiridos, 35% afirma estar otimista e 20% mostra-se muito otimista. Ainda assim, 24% assume uma posição neutra, enquanto 17% refere estar pessimista e 3% muito pessimistas.
Quando questionados sobre o tipo de ensino preferido para 2026, a maioria dos entrevistados opta pelo ensino presencial (82%). O modelo híbrido, que combina aulas presenciais e online, é referido por 14% dos participantes, ao passo que apenas 4% prefere o ensino totalmente online. Outro dos pontos analisados diz respeito à preferência pelo tipo de escola. A escola pública continua a ser a escolha predominante, reunindo 79% das respostas. A escola privada é a opção de 17% dos entrevistados e a escola cooperativa é preferida por 4%.
Relativamente ao impacto do uso da tecnologia e Inteligência Artificial no ensino, as perceções estão divididas. Para 13% dos inquiridos, este impacto é muito positivo, já 45% classificam-no simplesmente como positivo. Por outro lado, 23% acredita que pode ter um efeito negativo e 19% mantem uma posição neutra.
“Estes resultados reforçam que, apesar dos avanços tecnológicos e da crescente relevância da tecnologia no processo educativo, os portugueses continuam a valorizar o ensino presencial e a escola pública como pilar fundamental da educação no país. No entanto, existem ainda desafios consideráveis tanto para os alunos como para os professores, que requerem reflexão e ação conjunta de toda a comunidade educativa”, afirma Nassrin Majid, Diretora-Geral da ConsumerChoice.
A falta de motivação é considerada a principal dificuldade vivida pelos alunos no seu percurso escolar (26%), seguida de perto pela dificuldade de concentração (25,6%). A sobrecarga de trabalhos escolares surge em terceiro lugar, representando uma preocupação para 23% dos inquiridos. Outros aspetos relevantes incluem a falta de apoio individualizado (16%) e as limitações no acesso a recursos tecnológicos, que afetam 8% dos alunos. Foram ainda identificadas dificuldades, em menor escala, como turmas demasiado numerosas, escassez de professores, desajuste entre o ensino e as exigências do mercado de trabalho, bem como questões ligadas à qualidade do corpo docente (1%).
Adicionalmente, a principal dificuldade que os professores enfrentam atualmente, centra-se na motivação e comportamento dos alunos em sala de aula (31%). A gestão da carga de trabalho surge logo depois (27%), com a falta de recursos a representar ainda outra barreira significativa (18%). Por fim, a adaptação tecnológica constitui um desafio para 15% dos docentes e 9% destaca a importância da formação contínua.