O comportamento dos consumidores, em especial da Geração Z e Millennials, está a mudar e como tal as empresas terão de adaptar as suas estratégias de marketing para manter a sua relevância, conclui o relatório da Boston Consulting Group (BCG), intitulado “The Future of Sales and Marketing Is Here”. Estas mudanças surgem em simultâneo com outras tendências importantes no redesenho do paradigma, tais como a Inteligência Artificial, a realidade virtual e aumentada, os NFTs, as criptomoedas e o metaverso, cujo mercado se espera que alcance uma valorização de 1,3 biliões de dólares* em 2030.

Os consumidores passam agora mais tempo online do que nunca, o que potencia o crescimento do e-commerce e das vendas realizadas com influência digital, e contam cada vez mais com uma experiência hiperpersonalizada, ultraconveniente e uma sensação de conexão com a comunidade em torno de paixões, interesses semelhantes e marcas que partilhem dos mesmos valores. Isto reflete a forma como a Geração Z e os Millennials anteveem a relação com as marcas, desejando cada vez mais proximidade. Adicionalmente, 64% dos consumidores esperam que as marcas interajam com eles em tempo real, motivo pelo qual se espera que o mercado dos assistentes virtuais cresça 37% ao ano entre 2020 e 2027.

Devido a estes comportamentos estão a surgir novos canais de venda através de controlo remoto, ativação por voz, jogos ou redes sociais que traçam um novo padrão de conveniência, entretenimento, imersão e personalização. Por exemplo, segundo este estudo, 65% dos consumidores da Geração Z já compraram um artigo virtual apenas utilizável no contexto de um videojogo.

No entanto, as experiências personalizadas exigem o conhecimento do consumidor e o desafio imposto pela eliminação gradual de cookies de terceiros nas páginas de internet, o reforço das leis sobre a proteção de dados e a introdução de novas configurações de privacidade do sistema operativo da Apple torna mais desafiante a recolha e análise de dados por parte das empresas. Segundo um estudo da BCG, 39% dos marketeers afirmam já estar a sentir o impacto destas mudanças e 56% esperam senti-lo nos próximos tempos.

Perante as tendências apresentadas, a consultora apresenta um conjunto de sugestões para que as marcas se possam manter relevantes junto dos seus consumidores:

  1. Colocar o consumidor em primeiro lugar: conhecer a demografia, as necessidades e o contexto do consumidor para desenvolver e dar prioridade aos espaços onde a oferta é mais significativa. Privilegiar a interação com o cliente durante o processo de compra (incluindo o pré e o pós-compra) para que este possa ser mais personalizado e satisfatório;
  2. Renovar os canais de venda: reavaliar a estratégia dos canais físicos e digitais, com vista a proporcionar uma experiência verdadeiramente integrada. Sempre que possível, devem privilegiar-se novos canais, para lá dos tradicionais;
  3. Permitir operações integradas: eliminar as barreiras entre o marketing, as vendas e os serviços. Combinar os dados, os recursos tecnológicos e as equipas para melhor compreender o comportamento do consumidor em todo o ciclo da sua relação com a marca, e tirar partido das inúmeras interações ao longo da cadeia de valor para enriquecer a perspetiva sobre o cliente e a relevância da proposta de valor para aquele segment of one.

Relatório completo aqui.

*Original: 1,3 trillion dollars

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