Após comparar quase mil preços, a DECO Proteste verificou que, sem contar com promoções e se não forem precisas grandes compras, o tradicional pode ficar mais barato do que as grandes cadeias de supermercados e é possível conseguir bastantes produtos nacionais.

Os cuidados para evitar a Covid-19 mudaram os hábitos de compra de muitos portugueses. Quem costumava ir a um super ou hipermercado, sempre que precisava de algo ou quando surgiam promoções interessantes, começou a ponderar antes de sair à rua. Recorrer a locais próximos, tratar de tudo com rapidez e evitar aglomerados de pessoas passaram a ser cuidados essenciais com o desenrolar da pandemia.

Em Setembro, a DECO Proteste lançou algumas questões na sua conta do Instagram, para saber mais sobre os novos comportamentos de compra. Das quase mil pessoas que participaram, 75% fez compras no comércio local durante o confinamento.

Entretanto, a DECO Proteste quis saber se há diferenças significativas de preço entre os produtos vendidos no comércio local e nos hipermercados. Também procurou conhecer a origem dos alimentos. Para tal, definiu um cabaz com carne, fruta e legumes, e foi investigar preços e origem dos produtos. Visitou 50 estabelecimentos: 19 lojas de seis cadeias de supermercados e 31 espaços de proximidade, como talhos, mercearias, minimercados e frutarias.

Satisfeitos com os produtos do comércio local

Após o final do confinamento, 66% dos inquiridos continuou a fazer compras no comércio local uma a duas vezes por semana. Questionados sobre as razões que os levaram a estes estabelecimentos, a esmagadora maioria respondeu que lhes agrada os produtos à venda nestes espaços, em parte, por serem frescos e terem qualidade, razões apontadas por 71%.

Os inquiridos consideram que os alimentos provêm de produtores locais, com menos intermediários e menos sujeitos a uma longa cadeia de distribuição. Na sua opinião, por se tratar de locais de venda de menor dimensão, que requerem uma reposição mais frequente, os produtos frescos são adquiridos pelas lojas diariamente. Mais: como os espaços são menos frequentados, os produtos são também menos manipulados.

Poucos apontaram o preço como um dos factores diferenciadores. De facto, existe a percepção de que, no comércio local, os preços são mais elevados do que na grande distribuição. Aliás, 69% considera que, no comércio tradicional, os preços são superiores aos dos hipermercados.

Análise a quase mil preços de supermercados e lojas de bairro

O cabaz definido incluía carne de bovino, porco, frango e peru. Foi na carne de aves que a DECO Proteste encontrou maior diferença de preço: os talhos tradicionais cobram, em média, 38% mais do que os hipermercados. Já na carne de porco e bovino, a diferença média é pequena: na compra de 20 euros daquelas carnes no hipermercado, é possível conseguir uma poupança de 8 euros.

Para o cabaz das frutas, foi comparado o custo de banana, melão, pêssego, pêra Rocha e uvas. Na categoria dos legumes, foram considerados alface, alho-francês, alho seco, batatas, beringela, brócolos, cebola, cenoura, curgete, lombardo, pimento verde e tomate. Verificou-se que, se o hipermercado tiver fruta ou legumes deste cabaz em promoção, o tradicional fica mais caro 13% na fruta e 19% nos legumes. Perante preços sem promoção, o tradicional pode ficar mais barato.

Quanto à origem dos produtos, no comércio tradicional, a maioria é nacional, sobretudo os legumes. Já as frutas dependem da época de produção e, por isso, a oferta é mais limitada.

Numa ida ao hipermercado, a DECO Proteste aconselha a juntar à lista carne, sobretudo de aves: os preços são mais vantajosos. Por sua vez, a fruta e os legumes só compensam se estiverem em promoção. Se não se precisar de grandes compras, no comércio local não se gasta necessariamente mais. Em média, os clientes podem pagar 4% mais. Por exemplo, com um cabaz de frescos que custe 50 euros, a poupança no hipermercado seria de 2 euros. Contudo, no comércio local, ganha-se com a proximidade, evitam-se gastos em deslocações e encontram-se produtos nacionais.

 

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