O volume de vendas do retalho alimentar aumentou 8,1%, no ano passado face a 2019. O Barómetro de Vendas de 2020 da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição mostra que a categoria de produto com o maior crescimento foi a de Congelados, com um salto de 17,6% nas vendas em tempo de pandemia. A associação considera que esta subida será seguramente explicada pelas contingências trazidas pela crise sanitária.
A área de Bazar Ligeiro também cresceu 16,6%, registando-se ainda aumentos significativos nas categorias de Mercearia (+11,6%) e Perecíveis (+11,5%).
No ano passado, a quota de mercado de marca própria no retalho alimentar foi de 35,1%, ou seja, mais 1,4 pontos percentuais do que em 2019. Verifica-se ainda que o peso do comércio electrónico no total das vendas do retalho alimentar foi de 3%.
Retalho especializado recua 17,7%
O mesmo barómetro mostra que o retalho especializado teve um percurso inverso ao do retalho alimentar. Em 2020, o volume de vendas caiu 17,7% em relação ao registado no ano anterior, atingindo cerca de sete mil milhões de euros. Em categorias como Vestuário, a quebra foi ainda mais acentuada: -32,5%.
Por outro lado, a APED indica que a categoria de Informática foi a que mais cresceu (+23,1%), notando-se especial procura por computadores portáteis (+31,1%) e tablets (+25,5%). Os Pequenos Electrodomésticos também subiram 20,1%, destacando-se neste caso produtos como aspiradores (+29,4%), equipamentos para preparação de alimentos (+24,7) e máquinas de bebidas +(23,9%).
No retalho especializado, o comércio electrónico demonstrou, porém, um peso mais relevante: 14,9% do total das compras realizadas.
No total do retalho (alimentar e especializado), o volume de vendas recuou 1,5% em 2020, ficando-se pelos 22.653 milhões de euros, de acordo com a análise da APED.
Gonçalo Lobo Xavier, director-geral da APED, considera que os números de 2020 mostram um «sector resiliente, mas onde inevitavelmente a desaceleração económica do País se fez sentir de forma intensa». Segundo o responsável, o retalho alimentar aumentou as suas vendas, mas o especializado não conseguiu sair impune às restrições impostas pelo Governo para conter a pandemia. Algumas destas medidas, de acordo com o responsável, «não tiveram o correcto equilíbrio entre economia e saúde pública».
