Apesar da reabertura da economia, o consumo em Portugal está 25% abaixo do expectável para esta altura do ano, de acordo as projeções da SIBS Analytics.

A empresa refere que, apesar da recuperação gradual global da economia, registaram-se, no período de Março a Junho, uma quebra de 200 milhões de transacções, o equivalente a oito mil milhões de euros.

Durante o período de confinamento, registou-se uma uma quebra de cerca de 50% das compras físicas face aos meses pré-Covid, em Janeiro e Fevereiro. Nas compras online, a diminuição foi de 17%. Ou seja, o peso do e-commerce no total de compras passou de 9%, no período antes da pandemia, para 14% no período de maior confinamento. Atualmente, situa-se nos 11%.

Na análise ao consumo em loja por setor de atividade, os dados demonstram que o comércio de proximidade física (mercearias, minimercados e produtos alimentares, bebidas e tabaco) foram os únicos a contrariar a tendência geral de quebra do consumo, registando um número de transacções superior ao do início do ano.

Os setores dos super e hipermercados, gasolineiras/matérias-primas e farmácias e parafarmácias, apesar de alguma quebra no volume de transações durante o período de confinamento, mostram uma recuperação muito rápida na fase de retorno gradual. Já os setores de restauração, moda e acessórios, transporte de passageiros e alojamento turístico registaram uma diminuição muito significativa estando, agora, a recuperar de forma gradual.

Nas compras em loja, o serviço MBWay registou um incremento de 93% do volume de transações face ao início do ano. Em termos de valores médios por compra, os dados demonstram um aumento progressivo face à média de 34,7 euros no período pré-pandemia durante as fases de preparação (36,7 euros) e de maior confinamento (39,3 euros). O valor médio por transação em loja apenas reduziu na fase de retorno gradual para 37,8 euros por transacção, mas, destaca a SIBS, acima da média anterior ao registo do primeiro caso em Portugal.

Os dados referentes às compras com cartão através da Rede Multibanco, comparando comportamentos pré e atual crise sanitária, apuram que 60% dos consumidores reduziram significativamente as transacções feitas com cartão face ao observado anteriormente.

Numa análise regional, a Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Autónoma da Madeira demonstraram um maior confinamento, registando quebras de consumo na ordem dos 50% no período de maior confinamento face ao início do ano. A Região do Alentejo, a Região do Algarve e a Região Autónoma dos Açores mostraram menor grau de confinamento, com o Alentejo a aproximar-se já dos valores registados antes da pandemia. Lisboa e Porto assistiram a uma descida de 65% a 70% no consumo global no período de confinamento quando comparado com os volumes registados no início do ano.

Quanto às compras online por setor de atividade, a moda e acessórios e a restauração registaram um crescimento significativo face aos meses pré-pandemia na média diária de transacções online, tal como os setores da cultura, entretenimento e subscrições e do comércio alimentar e retalho. No entanto, a SIBS explica que este crescimento foi, sobretudo, baseado no desvio do consumo em loja para o digital.

Os setores do lazer e do transporte de passageiros registaram as quebras mais significativas na média diária de transações online durante o período de confinamento, estando agora a recuperar lentamente.

O crescimento dos pagamentos através do MB WAY também se verificou no e-commerce, com número de transacções 5% acima do verificado em Janeiro e Fevereiro, e ganhou um peso ainda maior na fase de retorno gradual, na qual a utilização média diária ficou 26% acima do registo nos primeiros dois meses de 2020. Neste caso, após uma redução na fase de preparação, os consumidores aumentaram progressivamente os gastos por cada compra online face à média de 37,5 euros em Janeiro e Fevereiro. Durante a fase de confinamento, a média aumentou para 39,4 euros por compra e, no retorno gradual, o valor atingiu os 39,8 euros de média por transação.

No que respeita ao volume de compras internacionais em loja, durante a pandemia, houve quebras muito significativas, principalmente no que toca às transações feitas com cartões internacionais em Portugal. Durante a fase de confinamento, a redução da média diária de compras físicas de estrangeiros foi equivalente a 83% face à média anterior ao primeiro caso registado em Portugal. Atualmente, regista-se uma pequena mas verifica-se ainda uma média 72% inferior à registada no pré-pandemia. As compras com cartões portugueses no estrangeiro diminuíram 65% durante a fase de confinamento, recuperando ligeiramente na fase de retorno gradual apesar de ainda ser registada uma quebra de 53% em comparação com a média de Janeiro e Fevereiro.

 

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