Estamos a viver uma das maiores transformações da história da humanidade: a revolução tecnológica, uma evolução exponencial de machine learning, inteligência artificial e conectividade permanente. Já estaríamos à espera que esta nova realidade surgisse, mas jamais imaginaríamos que a alavanca fosse uma pandemia, que nos obrigasse a sair da zona de conforto e inovarmos.

A necessidade muda a mentalidade do consumidor e é o próprio que dita as tendências do mercado. Para as marcas não ficarem obsoletas, têm que se adaptar à mudança do comportamento do mesmo. A indústria está a renovar-se e a transformar-se, num contexto em que a tecnologia é o verdadeiro impulsionador da inovação.

Com isto, novas estratégias são implementadas nas empresas para se moldarem à situação atual. Segundo a Euromonitor, nos últimos 12 meses, os retalhistas atreveram-se a experimentar outros formatos, como lojas pop-up, store-within-store e até mesmo conceitos móveis. Por exemplo a Swarovski, apostou num novo posicionamento e abriu 28 lojas temporárias Instant Wonder com o objetivo de oferecer uma experiência de compra mais premium e multissensorial aos consumidores.

O rápido desenvolvimento do e-commerce, em 2020, demonstrou que as lojas físicas terão de reavaliar, num futuro próximo, a dimensão, a localização e o papel dos seus espaços. No entanto, apesar desta evolução, o retalho físico continuará a ser o maior e o mais importante canal, a nível global, nos próximos cinco anos. Assim, será a omnicalidade e não apenas o e-commerce, o responsável pelo crescimento deste setor.

Segundo o último relatório da Xpand IT, os principais desafios para esta indústria passam pelas expectativas do cliente, conveniência, contexto e propósito. Isto na conjuntura atual em que o presencial se funde com o digital, sendo que as lojas físicas não irão desaparecer, vão sim transformar-se. Contudo, é necessário redefinir o seu conceito, de forma a estarem atualizadas para elevar a experiência do cliente e promover a integração com os pontos de contacto digitais.

O que é o Phygital?

O termo phygital vem da fusão das palavras em inglês physical (físico) e digital (digital). De forma simples, nada mais é do que a integração entre o mundo físico com o mundo digital.

Este formato de integrar a experiência física à digital criou um leque de inovações e atualizações no mercado, que tende a colocar o consumidor numa experiência híbrida. Já, Philip Kotler, grande teórico do Marketing, em “Marketing 4.0”, trazia considerações sobre o quanto os consumidores gostam de misturar as compras virtuais com as físicas.

Do ponto de vista das empresas, o desafio está em conciliar as ações da marca de modo a atingir diferentes canais e oferecer a experiência que o cliente procura.

Inteligência Artificial nas lojas

O consumidor está cada vez mais conectado e bem-informado, pretendendo informações precisas sobre marcas, produtos, serviços e, sobretudo, deseja obter boas experiências de consumo, com relacionamento especial e sob medida. Esse é o grande desafio dos retalhistas que, para vencê-lo, deverão recorrer à tecnologia, em especial à inteligência artificial. Porém, é preciso alinhar as expectativas sobre o que realmente existe em termos sofisticação tecnológica disponível.

Hoje, o mercado oferece várias possibilidades de inteligência artificial e, quando bem direcionadas, podem resolver problemas relevantes para o retalho.

Exemplos de IA para o negócio:

  • Recomendação de produtos no momento da venda – (guarda o histórico dos produtos adquiridos e aprende com o comportamento do cliente: machine learning)
  • Agenda de compras para a otimização de stock
  • Gestão de ruturas para garantir a disponibilidade e não perder vendas – (IA no retalho revoluciona os processos de gestão de stock e de vendas)

Através de:

  • Softwares de inteligência artificial, recomendação de produtos, recorrência em vendas, entre outros.

Ser omnicanal não é mais um diferencial, é essencial. E aqueles que são capazes de fornecer tanto serviços online quanto interações físicas subirão ao pódio. O segredo é parar de pensar no e-commerce como uma plataforma separada das lojas físicas: devemos entender que o melhor canal é aquele que trabalha para o consumidor e que atende as suas necessidades.

Olhando para um futuro próximo, prevê-se que nos próximos cinco anos, as marcas que desejam obter sucesso terão de aliar as suas experiências digitais com as das lojas físicas. E, para tal, o único caminho é a transformação digital.

O ser humano é um animal de hábitos, mas com uma facilidade extrema de se adaptar a mudanças. Porém, também assume que a comodidade é uma mais-valia e que a transformação digital veio para ficar.


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