Se dúvidas houvesse, a criatividade é hoje a competência do mundo. Está a crescer em relevância, especialmente nas áreas da comunicação digital e do marketing de influência, e tem um elevado impacto no modelo de receitas e nos processos de negócio. Trabalho em equipa, diversidade, e a formação e investigação são o segredo para a impulsionar, e os seus maiores inimigos são a pressão para os resultados a curto prazo e o medo do risco.

Estas são algumas das conclusões retiradas do mais recente estudo Criatividade Transformadora para os Negócios, elaborado pela LLYC. O estudo reuniu a experiência e opinião de mais de uma centena de responsáveis de marketing de empresas líderes em doze países.

Coca-Cola, Heineken, Apple, Amazon, Natura, Red Bull, Nike, Netflix, Google, Burger King ou McDonalds são algumas das marcas mais frequentemente repetidas pelos profissionais em termos da admiração pela sua criatividade.

Impacto da criatividade por disciplinas e por áreas

Para a maioria dos especialistas inquiridos (90%), a importância da criatividade aumentou claramente na área do marketing durante o último ano, uma mudança para a qual a pandemia, a digitalização e o excesso de informação contribuíram. Além disso, a sua relevância nas disciplinas de comunicação digital e marketing de influência está a crescer, seguindo-se a comunicação e a imagem de marca e a publicidade. Esta mudança tem sido menos notória nas áreas comercial e de vendas, e de promoção.

Em termos do nível de impacto nas diferentes áreas de uma empresa:  a maioria dos inquiridos considera que a criatividade tem um grande impacto, tanto no modelo de negócio como nos processos necessários para o seu desenvolvimento. Além disso, também consideram que a criatividade tem um impacto alto no desempenho do produto, na comunicação da marca e na interação com o cliente.

Obstáculos à criatividade

A falta de motivação das equipas pode ser um grande obstáculo, mas, no dia-a-dia, existem outras barreiras que impedem o desenvolvimento criativo que é inato ao ser humano.

De acordo com os resultados do inquérito, a pressão para os resultados a curto prazo é o maior obstáculo que enfrentam diariamente na hora de serem criativos (75,8% dos votos). Segue-se, muito de perto, o medo do risco (74,7%). A falta de tempo (54%), a falta de recursos (29,8%) e a falta de confiança (27,5%) também são impedimentos habituais para alcançar a inspiração. Por último, também o é a falta de autenticidade (11,4%).

Assim, fugir do resultado imediato, confiar nas apostas arriscadas e na própria capacidade de fazer bem o trabalho, dedicar-lhe o tempo e os recursos necessários e ser autênticos seriam os passos a seguir para alcançar o ambiente criativo que permeia o negócio.

E como consegui-lo? A criatividade como skill

Por esta altura, a pergunta inevitável seria: “Quero uma organização criativa, mas como consegui-lo?”

Este estudo também responde a esse desafio. Entre as metodologias e técnicas de trabalho utilizadas nas mais de cem empresas inquiridas para potenciar a criatividade das equipas, destacam-se, sobretudo, o brainstorming e o brainwriting, com cerca de 80% dos votos. Seguem-se técnicas de geração de ideias em grupo, com cerca de 70%, e técnicas de design thinking, com mais de 67%. Entre outras técnicas adicionais, repete-se o método agile entre os inquiridos. No futuro, os diretores de marketing inquiridos acreditam que utilizarão, sobretudo, o design thinking (73%), seguido do brainstorming e do brainwriting (68%) e das técnicas de geração de ideias em grupo (53%).

Quais são os valores para a fomentar?

Há também uma série de valores ou aspetos que fomentam indubitavelmente a criatividade das pessoas que fazem parte das organizações de acordo com os inquiridos, que consideram essenciais a diversidade (80%), o trabalho em equipa (75%), e a formação e investigação (43%). Aspetos como esquecer as hierarquias (40,5%), recompensar a criatividade (39,3%), quebrar a rotina (38,2%) ou ser ouvidos pelos líderes (36%) também são valorizados.

Em quem nos podemos apoiar para trabalhar a criatividade? O partner perfeito

De acordo com o estudo, 67% dos profissionais de marketing consideram que as agências especializadas em criatividade são os partners que ganharam mais relevância como aliados das marcas nos últimos tempos, seguidas das agências de meios e PR (ambos pouco mais de 40%) e as pessoas ou equipas freelance (36,7%). Alguns inquiridos também mencionaram aqui os influencers, o marketing digital e partners de tecnologia tais como a Google, Facebook ou Salesforce. Segundo 83% dos inquiridos, o aspeto em que o contributo criativo de agências e partners externos é mais relevante é a comunicação digital e o marketing de influência, seguidos da comunicação e imagem de marca (72,7%), da publicidade (66%), das relações públicas (47,7%) e dos estudos de mercado (44,3%).


Conheça aqui o projeto de Marketing Escolha do Consumidor