Os jovens portugueses usam cada vez mais os telemóveis, mas telefonam menos. A utilização de internet nos dispositivos móveis triplicou desde 2010.
Mais redes sociais e menos SMS. O comportamento e perfil dos jovens portugueses no uso do telemóvel foi traçado pelo estudo “Telemóveis e os Jovens: Utilização e Preocupações 2016/2017”, que reflete os resultados de seis anos de inquéritos aos jovens portugueses sobre a utilização do telemóvel, e mostra bem a evolução dos últimos anos.
A maioria dos jovens portugueses já tem telemóvel desde os 10 anos e fazem um uso intensivo do telemóvel para a troca de mensagens. No entanto, o envio de SMS tem decaído em detrimento dos serviços de messaging. Se em 2000 eram enviadas uma média de 100 SMS por dia, hoje o valor baixou para 93, ajudado pela subscrição de tarifários com pacotes de dados incluídos, que convida à utilização de aplicações como o WhatsApp ou o Messenger.
De acordo com o estudo realizado por uma equipa do investigadores do INOV-INESC/IST, no ano letivo 2010/2011, a utilização do telemóvel para aceder à Internet e às redes sociais abrangia apenas 20% dos inquiridos, desde 2013/14 que esse número começou a aumentar significativamente, chegando aos 82% neste último ano letivo para ambas as opções.
Num universo em que mais de 92% possuem um tarifário que inclui pacote de dados, apenas 20% dos jovens apontam restrições à utilização por parte dos pais. Dos 9.091 inquéritos aplicados em 138 estabelecimentos de ensino secundário em todo o país apenas 39 alunos indicaram não ter qualquer dispositivo de comunicações móveis.
Os planos de dados e tarifários com comunicações ilimitadas, com um gasto mensal médio para todos os alunos nos 9,88 euros, são um dos motivos apontados para o decréscimo de jovens com mais de um telemóvel que passou de 6% em 2016/2017 para quase 20% em 2015/2016.
A equipa responsável pelo projeto FAQtos conclui ainda que quase metade dos jovens (45%) não estão preocupados com os possíveis efeitos da exposição às radiações.