Aos poucos vamos desconfinando e habituando-nos a uma nova normalidade onde imperam as máscaras no transporte público e em espaço fechado, o teletrabalho, ensino à distância e mais compras online.
Há mais de um mês que estamos a desconfinar e ansiosos por voltar à normalidade… só que é difícil acreditar que haja um normal como antes de 15 de Março.
Tudo, até as coisas simples, como visitar a família, ganharam agora uma nova dimensão. Um estudo da More by Pentaudis analisou o comportamento dos consumidores portugueses a vários níveis e espelham bem a realidade durante e no pós-quarentena.
Uma das primeiras conclusões é que grande parte dos inquiridos sabe exatamente quando é que a pandemia se tornou uma ameaça real.
Para muitos, o momento foi em março, quando foi declarado o Estado de Emergência e quando foram tomadas as primeiras medidas de contenção.
O coronavírus tornou-se uma ameaça real quando os primeiros infetados surgiram na Europa e quando os primeiros infetados surgiram em Portugal
Durante este período os portugueses associavam maioritariamente o Covid 19 a doença/ pandemia (65,3%) e a crise económica (36,9%), seguido por isolamento social (32,7%). Hoje, já em período de desconfinamento impera no consumidor o receio de crise económica (73,2%), a necessidade de conviver e de afetos (29,7%), mas também a sensação de alegria, alívio, superação (22,2%)
O medo e inseguranças prevalecem, mas o consumidor passou a privilegiar também a liberdade.
Todos estes sentimentos geram um impacto significativo na vida pessoal e profissional.
Durante a quarentena 77% dos consumidores admitiram adiar os objetivos de curto, médio e até longo prazo, incluindo viajar (63,4%), comprar/mudar de casa (28,8%), mudar/ arranjar emprego (20,3%) e mudar/comprar carro (13,7%).
Houve também quem fizesse referências a projetos de vida: casamentos (e até divórcios), ou a decisão de ter filhos ou mais filhos que ficam, por agora, em suspenso.
A nível profissional cerca de 61% mantinha-se a trabalhar em teletrabalho (a maioria) e os restantes a trabalhar com limitações e outros em lay-off, havendo cerca de 10% que não faziam ideia de que género de medidas iam ser adotadas pela entidade patronal.
Neste momento a maioria acredita e tem esperança que os comportamentos sociais vão mudar (65%) e que doravante as recomendações passarão a ser adotadas.
Contudo, estão cientes que teremos que viver em maior distanciamento social (38,3%), com melhores hábitos de higiene e limpeza (13,7%) e também hábitos de consumo (6,6%), valorizando as pessoas, família e afetos (6,3%).
No que respeita aos empregos, há um estado de espírito mais pessimista (53,3%), esperando o aumento do desemprego, baixa de ordenados/regalias e uma grande crise económica.
Os otimistas (23,5%), em menor escala acreditam que nada irá mudar e tudo voltará ao normal e que as empresas se readaptarão.
Em relação ao consumo, passou a ser menos presencial e o que é, com maior aposta no comércio de proximidade e na variedade.
Os que privilegiam a compra online, fazem-no pela facilidade, segurança e higiene na entrega. Um facto é que as compras, sejam presenciais ou não, passaram a ser mais quinzenais e menos semanais e diárias.
Os portugueses consideram que vão ter que ser mais poupados e vão apostar em cortes maiores nos seguintes tipos de gastos: produtos de Luxo (66%), turismo (59,7%), jogos (53,7%), lazer (52,5%), vestuário (52,3%) e na estética (51,2%)
Em sentido contrário não se esperam alterações nos gastos com alimentação (70,9%), saúde (69,9%) e educação (65,5%).
Há coisas que não mudam, com pandemia ou sem pandemia. O preço mantém-se como mais valorizado, a par da qualidade, mas surge agora uma nova preocupação –a segurança e higienização das lojas. Seguem-se a facilidade e conveniência de compra, o atendimento, personalização da experiência de compra, serviço online, inovação e as entregas ao domicílio. Vamos tranquilamente usufruindo de cada momento e perceber se algum dia voltaremos a ter o antigo normal.









