Apenas 1,4% do parque habitacional em Portugal foi arrendado em 2017. Valor mais elevado registou-se em Lisboa.
As casas arrendadas em 2017 representaram “apenas cerca de 1,4%” do total do parque habitacional em Portugal, verificando-se valores de arrendamento por metro quadrado superiores ao valor nacional em 37 municípios, revelou esta quarta feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Com base em dados de novos contratos de arrendamento celebrados em 2017, as Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local indicam que, dos 37 municípios com rendas de habitação acima do valor nacional, o valor mais elevado do país foi registado em Lisboa (9,62 euros por metro quadrado), destacando-se ainda, com valores iguais ou superiores a seis euros por metro quadrado, os municípios de Cascais, Oeiras, Porto, Amadora, Odivelas e Almada.
“Em 2017, o valor mediano das rendas de alojamentos familiares com novos contratos de arrendamento no país fixou-se em 4,39 euros por metro quadrado e os municípios que superaram aquele valor localizam-se maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve”, indicam os dados estatísticos, que se referem aos 84.383 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares registados no último ano.
Além da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, a Região Autónoma da Madeira e a Área Metropolitana do Porto registaram em 2017 valores medianos das rendas por metro quadrado superiores ao valor nacional.
“As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representavam, em conjunto, cerca de 51% do número total de novos contratos de arrendamento do país”, de acordo as Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local em 2017, revelando que, por outro lado, o menor número de novos contratos de arrendamento foi no Baixo Alentejo (474).
Neste âmbito, a Área Metropolitana de Lisboa registou um diferencial do valor de rendas entre municípios superior a cinco euros por metro quadrado, apurou o INE, avançando que durante 2017 o município de Lisboa foi o que registou o maior número de contratos de arrendamento do país (6.980 contratos celebrados).
“Assinala-se ainda, com número de novos contratos superior a 2.500, os municípios de Sintra (3.516), Porto (3.177) e Vila Nova de Gaia (2.687)”, adiantou.
Entre as 24 freguesias do município de Lisboa, o Parque das Nações e a Misericórdia foram as que registaram os valores mais elevados de novos contratos de arrendamento, respetivamente 11,70 e 11,64 euros por metro quadrado. Por outro lado, a freguesia de Santa Clara apresentou o valor de rendas mais baixo (6,82 euros por metro quadrado).
Já entre as sete freguesias do município do Porto, a União das Freguesias Lordelo do Ouro e Massarelos e a União das freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde foram as que apresentaram os valores mais elevados de novos contratos de arrendamento, respetivamente 7,26 e 7,23 euros por metro quadrado, e a freguesia de Campanhã foi a que registou o menor valor de novos contratos de arrendamento (5,78 euros por metro quadrado).
Relativamente à importância dos alojamentos arrendados no total do parque habitacional em Portugal, o INE recorda que em 2011 a sua representatividade era de 11,3% entre os alojamentos familiares clássicos.
Se se considerar apenas os novos contratos de arrendamento, “os alojamentos arrendados em 2017 representavam apenas cerca de 1,4% do parque habitacional”, lê-se no relatório.
Sobre a relação entre o valor das rendas por metro quadrado e o valor das vendas por metro quadrado dos alojamentos familiares, os dados destacam “a sobrevalorização dos valores de arrendamento, face aos valores dos preços da habitação, nos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, na maioria dos municípios da Área Metropolitana do Porto e, de uma forma geral nos municípios com mais de 100 mil habitantes”.
“Diversamente, nota-se uma subvalorização relativa das rendas na generalidade dos municípios do Algarve”, acrescenta.
De acordo com o INE, as novas Estatísticas de Rendas da Habitação ao nível local procuram corresponder a “necessidades de informação identificadas pela Secretaria de Estado da Habitação”.
“Assim, serão disponibilizados dois indicadores com uma periodicidade pelo menos anual, para o país, até ao nível do município, e para as áreas metropolitanas, até ao nível da freguesia, desde que o número de observações o permita (30 ou mais observações): valor mediano das rendas por metro quadrado de novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (em euros) e novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares (em número)”, informou o INE.
Fonte: Instituto Nacional de Estatística