Em 2017 as compras online em Portugal atingiram os 4,6 milhões de euros, só no mercado B2C, e a expectativa para o este ano é de crescimento.

 

A diversidade e qualidade da oferta e a maior familiaridade com a tecnologia estão entre os fatores que contribuíram para que 2017 tenha sido um novo ano de crescimento do comércio eletrónico em Portugal. De acordo com a última edição do Estudo da Economia Digital em Portugal, desenvolvido pela ACEPI em parceria com a IDC, o número de portugueses que fizeram compras online em 2017 alcançou os 36% em 2017, subindo significativamente desde os 13% registados em 2009.

Até 2025 a expectativa é que o número venha a crescer para os 59%, com o volume de vendas a subir para os 8,9 mil milhões de euros, quase o dobro dos 4,6 mil milhões de euros de 2017 e cerca de cinco vezes acima do que tinha sido apurado em 2009, quando esta análise começou a ser feita.

A percentagem de portugueses que já utiliza a internet é de 73%, e poderá subir para os 91% até 2025, reduzindo drasticamente o chamado fosso digital. Mas nas empresas continua a existir um atraso significativo. Em 2016 apenas 27% das empresas portuguesas fizeram compras online.

Vivemos um momento crucial de viragem, onde empresas portuguesas têm no comércio eletrónico uma excelente oportunidade para endereçarem mais facilmente um mercado de proporções incomparáveis, que poderá alterar de forma decisiva o equilíbrio da balança comercial digital a favor de Portugal”, afirma Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI.

A tecnologia representa uma nova forma das empresas se poderem diferenciar, evoluir e aproveitarem novas oportunidades de negócio num contexto de competitividade galopante à escala global e, neste contexto, a ACEPI está a desenvolver o projeto Norte Digital com o intuito de contribuir para aumentar o nível de digitalização das empresas portuguesas, nomeadamente das PME da região norte, através da realização de um diagnóstico, da criação de um benchmark e identificação dos principais marketplaces.

“Em 2018 a ACEPI, através do seu projeto Norte Digital irá percorrer 20 cidades da região norte com um Roadshow que visa sensibilizar as empresas para a importância da digitalização do seu negócio, e dará início a um projeto piloto com 50 empresas” refere o presidente da direção da associação da Economia Digital.

Os dados do estudo mostram que 50% das compras realizadas pelos portugueses online ainda são feitas fora de Portugal e iniciativas como o Norte Digital podem contribuir para fixar e fidelizar mais os consumidores, preparando também as empresas para a transformação digital que é essencial para se manterem competitivas.

“Para além dos 3 milhões de compradores online em Portugal, as empresas portuguesas podem chegar a um público de 700 milhões de compradores online em todo o mundo”, lembra Alexandre Nilo Fonseca.

Consolidação do eCommerce 4.0 será dominante em 2018

As tendências do eCommerce 4.0

Nas últimas décadas muito mudou no comércio eletrónico, do lado da oferta mas também do lado da procura. Os número de utilizadores cresceu exponencialmente, o acesso através do smartphone é uma tendência imparável e os hábitos de compra mudaram significativamente. As maiores disrupções nos modelos de negócio tradicionais provocadas pela digitalização centram-se sobretudo na experiência do cliente, já que as novas tecnologias digitais impulsionaram mudanças significativas na forma como os consumidores comunicam entre si, efetuam as suas transações comerciais e interagem com as marcas e as empresas.

Alexandre Nilo Fonseca explica que “os clientes já fazem cada vez mais showrooming – entrar na loja física e depois comprar online. E o inverso também é verdadeiro, com o Webrooming, em que pesquisam online e compram na loja”, mas admite que nos próximos anos é a capacidade de conjugar as duas tendências que vai permitir às lojas captar mais utilizadores e garantir a sua fidelização.

A presença crescente em várias plataformas, através de apps e APIs é também uma das tendências a acompanhar. Os clientes são extremamente exigentes e têm expectativas muito abrangentes, já que ainda que sendo em grande parte utilizadores sofisticados da internet esperam que a sua experiência seja cada vez mais integrada, coerente e consistente em todos os canais ao longo do ciclo de vida de cada compra. E as empresas têm de estar preparadas, contemplando no seu modelo de negócio o online, as redes sociais, os dispositivos móveis e as lojas físicas, que se assumem cada vez mais como showrooms.

Conhecer profundamente o cliente, antecipar as suas necessidades e preferências e impulsionar as melhores recomendações, utilizando sistemas de previsão rigorosos e abrangentes, e retirando partido dos benefícios oferecidos pela Big Data são obrigatórios para as empresas. Os novos modelos são dominados pela capacidade dos retalhistas oferecerem experiências cada vez mais personalizadas, altamente consistentes e coerentes em todos os seus canais aos seus públicos alvo, de modo a conseguirem aumentar os níveis de lealdade dos seus clientes e captarem mais receitas. O que se traduz na necessidade de apostar em plataformas escaláveis e abertas e na presença em múltiplos canais, no momento certo, no local certo (Optichannel).

“Conteúdo, comércio, comunidade, contexto, personalização e pesquisa vertical serão as palavras chave do e-commerce em 2018. Além do novo perfil emergente dos consumidores 4.0, que se irá consolidar de forma mais acentuada em 2018, o e-commerce irá também refletir a rápida transformação digital dominada pela cloud, pelo mobile, pela big data e pelas redes sociais que está a ocorrer de forma transversal em toda a economia e onde os aceleradores tecnológicos da inovação, tais como o IoT, a IA, a Realidade Virtual e o Block Chain, têm um papel cada vez mais relevante”, adianta Alexandre Nilo Fonseca.

Segundo o presidente da ACEPI, os CxO devem eleger como prioridades para o digital em 2018 as novas audiências; novas fontes de receita; novos modelos de negócio; desenvolvimento de produtos e serviços centrados nos clientes; CRM; estratégia opticanal; eficiência operacional; novas competências de recursos humanos e talentos, bem como considerar novos canais de distribuição.

 

Fonte: ACEPI
 


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